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SILVA, Maria Angélica da. O jardim plantado nos trópicos e a construção da ordem urbana colonial no Brasil. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 8., 2004, Niterói. Anais... Niterói: ARQ.URB/UFF, 2004.
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 4 (Com arquivo PDF disponíveis: 1)
Citações: 1
Índice h: 1  
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Resumo

Este trabalho de pesquisa, desenvolvido por cinco anos com o apoio do CNPq, pergunta sobre o desenho urbano das primeiras ocupações da colônia portuguesa na América, no contexto dos séculos XVI e XVII, buscando compreender as razões deste desenho a partir da observação da cartografia, dos relatos de viajantes da época e a situação atual dessas vilas e cidades. No estudo das formas de ocupação do território do Brasil, observa-se que vilas e cidades surgiam apenas como pequenas pontuações em uma paisagem de domínio do natural. Perante a mata, por vezes temida e por vezes vista como mirabilia, os lugares urbanos são implantados na forma de pequenos jardins civilizatórios, onde, mantendo um distanciamento da plena natureza, protegem-se do seu domínio com a força da pedra e cal. A pesquisa foi desenvolvida observando-se basicamente os sítio escolhidos para a implantação destes lugares urbanos, a modelagem dos arruados, a localização e o desenho das principais edificações arquitetônicas. Examinando um conjunto de oito vilas e cidades, considerou-se a força do entorno natural e as condições específicas dos grupos culturais que se reúnem para realizar o ato urbano. Através de uma análise comparativa que incluí a observação das mudanças em andamento na própria Lisboa, com a construção do Bairro Alto e as reformas da Ribeira. detectam-se razões renascentistas presentes no ato de criação das vilas e cidades brasileiras. Através dos relatos de viajantes e certas marcas iconográficas encontradas na cartografia e nas edificações arquitetônicas, tenta-se apreender os sinais dos povos nativos e afro-brasileiros, quase desprovidos de voz própria na documentação deste período. Os espaços urbanos eleitos como objeto de estudo, acumulam centenas de anos de história. Ao pensar nas perspectivas contemporâneas da cidade e do urbanismo, esta comunicação pretende apresentar um quadro que auxilie na compreensão de paisagens urbanas marcadas pelo passar dos séculos coloniais. Ao indagar sobre as razões do desenho, aventa-se a possibilidade de que a inspiração do Paraíso tão recorrente na literatura colonial - tenha também tido acesso, por caminhos discretos, ao território das cidades.
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