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LIMONAD, Ester. Espaço-tempo na arquitetura e urbanismo : algumas questões de método. In: SEMINÁRIO DA HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 7., 2002, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2002.
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 8 (Nenhum com arquivo PDF disponível)
Citações: 1
Índice h: 1  
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Resumo

Partimos da hipótese de que os problemas teórico-metodológicos experimentados em diversas análises que buscam refletir sobre a Arquitetura e o Urbanismo, hoje, apresentam uma forte semelhança com problemas experimentados pela Geografia no tratamento de seu objeto até 1970/80[1] . Destarte, para podermos dar conta, ainda que parcialmente, da complexidade da relação Espaço-Tempo, devemos desenvolver algumas considerações de caráter teórico-metodológico que permitam orientar a reflexão sobre as temporalidades das transformações urbanas. Com este propósito, o trabalho desenrolar-se-á em três partes: Primeiro confrontaremos as formas de abordagem da Arquitetura e da Geografia, que partilham diversos conceitos e noções, com distintos significados como lugar, paisagem, escala e espaço entre outros. Apesar de ambas possuirem o mesmo objeto e noções similares, suas perspectivas antagônicas[2] em relação ao objeto geram leituras e interpretações diferenciadas - a decomposição-transformação da Arquitetura e a apreensão-preservação da Geografia permitem respectivamente que o espaço seja visto como um dado a priori, um continente a ser preenchido ou entendido como uma relação social, como a totalidade. Resultam, assim, distintas concepções espaço-tempo. A seguir enfatizaremos alguns problemas atuais a serem considerados na reflexão da Arquitetura e do Urbanismo[3]: 1) o empirismo das análises explícito no conhecimento descritivo; 2) o ecletismo acrítico que incorpora conceitos e noções de outros campos de conhecimento; 3) a ontologia da obra e do detalhe que enfatiza a prevalência da obra e reforça o caráter demiúrgico do arquiteto; 4) o caráter neutro e despolitizado das abordagens - escudado na "neutralidade" do conhecimento científico e 5) a desnacionalização da agenda de pesquisa e trabalho, desenhada do exterior e que desvia a produção da problemática nacional. Enfim, procederemos a algumas considerações metodológicas que permitam-nos pensar a cidade como processo e avançar na reflexão sobre as temporalidades das transformações urbanas, o que nos remete, com base em Lefebvre[4] :1) ao fim da natureza e seu aprisionamento artificial; 2) cada sociedade produz o seu próprio espaço e seus códigos de inteligibilidade; 3) se o processo de produção é social são construídas representações do espaço e espaços de representação ligados às práticas sociais; 4) a temporalidade e o caráter histórico da produção do espaço e da arquitetura 5) ao papel das escalas e enfim 6) às formas de apropriação e inteligibilidade em que se contrapõem o valor de uso e valor de troca do espaço social e da obra [1] momento de eclosão da Geografia Crítica que rompeu com posturas teórico-metodológicas arraigadas de tradição empírica e quantitativa. [2] Ambas apresentam leituras diferenciadas, quando não invertidas, como é o caso da paisagem, apreendida pelos geógrafos como totalidade na perspectiva da preservação e manutenção, enquanto os arquitetos a decompõem e recompõem no intuito de transformá-la. [3] adaptados de uma formulação de Antonio Robert de Moraes para os problemas experimetados pela Geografia (ANPEGE, 2002). [4] The Production of Space. London, Blackwell (1991-1974)
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