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MARQUES, Sônia; LOUREIRO, Claudia. Central do Brasil ou Viva Charles Jencks? : um estudo comparativo dos conceitos do Movimento Moderno no cinema e na Teoria da Arquitetura. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL PSICOLOGIA E PROJETO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2000, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UFRN, 2000.
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Número de Trabalhos: 20 (Com arquivo PDF disponíveis: 10)
Citações: 6
Índice h: 1  
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Citações: 1
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Resumo

Se Charles Jencks viu Central do Brasil, poderá ter exultado, vendo a confirmação da sua tese do enterro do movimento moderno, através das imagens do conjunto Pedregulho de Reidy, exemplificado como local por excelência da criminalidade e, no final do filme, o retorno da criança ao conjunto da COHAB. Walter Salles talvez não conheça as teses críticas aos grandes conjuntos residenciais modernos e talvez, tampouco, tenha tido a intenção de criticar a arquitetura de Reidy. No entanto, as imagens expressas no seu filme permitiriam esta interpretação a Jencks. Salles, como outros diretores, tendo a arquitetura como o astro principal, ou coadjuvante, têm o direito de selecionar as edificações desejadas em função do argumento do filme. Na visão de Doolaar (1996), aliás, se, desde o primeiro filme apresentado em 1895, a arquitetura vem tendo um papel secundário nas telas, é porque ela serve quase sempre como cenário, porque faz tudo parecer mais real. Ora, o cinema é, por definição, o mundo dos sonhos, e mesmo quando adota a linguagem realista, ou hiperrealista, trata-se sempre da criação de uma outra realidade. Que papel a arquitetura moderna é, então, convocada a cumprir nesta criação de uma nova realidade? De que maneira, como cenário, ela se associa a uma realidade otimista ou pessimista?

Abstract

Had Jencks seen Central do Brasil, his thesis about the end of the Modern Movement would have been reinforced. The images of Reidy's Pedregulho are shown as locus of crime and perversion, in contrast to the social housing complex of detached houses where the little boy eventually finds family and hapiness. Was Salles aware of the architectural criticism toward modern housing estates? Did he intentionally criticise Reidy´s architecture? Salles as other film directors is entitled to select objects for the sake of his film argument, granting architecture a supporting or main role. Nevertheless, the use of these diverse architectural objects would add to Jencks interpretation. According to Doolaar (1996), the secondary role of architecture in the cinema, since it first appeared in 1895, is due to the fact that it serves mainly as a setting, lending reality to the story. Yet, cinema is, by definition, the world's dream, and even when a more realistic approach is adopted, it is always the fabrication of another reality. What, then, is the role that Modern Architecture is called to play in this fabrication of a new reality? In what extent does it associate with a pessimistic or optimistic view?
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