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CORREIA, Telma de Barros. Núcleos fabris e de mineração no Brasil : experiências pioneiras, 1811-1880. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 8., 2004, Niterói. Anais... Niterói: ARQ.URB/UFF, 2004.
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 8 (Com arquivo PDF disponíveis: 2)
Citações: Nenhuma citação encontrada
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Resumo

O trabalho trata da ação de fábricas e de empresas de mineração na criação de núcleos residenciais para seus funcionários no Brasil, no período entre 1811 e 1880: da criação da Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema (um dos marcos da emergência da grande indústria no país) ao ano de 1880 (momento em que se inicia um grande impulso no surgimento de vilas e núcleos residenciais criados por empresas no país). O texto trata da ação de cinco setores: engenhos de açúcar; fábricas de ferro, mineradoras, indústrias têxteis e fábricas de pólvora. Analisa os núcleos residenciais criados por empresas considerando a localização, o programa, a disposição dos prédios, a arquitetura e os tipos de habitação. O trabalho mostra como o tamanho e o programa dos núcleos de empresas da época apresentavam grande diversidade dependendo do porte e do tipo de atividade. Todos os núcleos residenciais tratados no trabalho se localizaram fora de cidades, sobretudo de modo a aproximarem-se de fontes de energias (matas ou cachoeiras), aproximarem-se de fontes de matéria-prima (sobretudo no caso dos minérios e da cana-de-açúcar) ou distanciarem-se de áreas povoadas (no caso das fábricas de pólvora). No que se refere ao modelo de habitação, observa-se em quase todos os casos tratados, a presença de casas unifamiliares e de alojamentos coletivos (senzalas e/ou dormitórios para solteiros). O texto mostra como, até 1880, embora inovadores em termos de programa - incluindo muitas vezes, além de igreja e habitações unifamiliares e coletivas, escola, armazém de consumo e enfermaria - estes núcleos recuperaram muito do cenário de engenhos e fazendas do período colonial, Até 1880, não se pode identificar neste lugares elementos formais que remetam a urna estética nitidamente industrial. Com raras exceções, as instalações fabris lembram casarões ou conventos, enquanto a arquitetura residencial tende a recuperar a forma e os materiais tradicionais. Em termos formais, a inovação revela-se na adoção em alguns casos de formas classicistas, expressas em algumas raras expressões de arquitetura neoclássica e na presença de um pátio retangular em volta do qual se dispunham alguns dos principais prédios e que remete ao urbanismo barroco.
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