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GUNN, Philip. A ascensão dos engenheiros e seus diálogos antes e depois de confrontos com os médicos no urbanismo em São Paulo. A ascensão dos engenheiros e seus diálogos antes e depois de confrontos com os médicos no urbanismo em São Paulo. In Salvador,2002. 1 arq. htm
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 12 (Nenhum com arquivo PDF disponível)
Citações: 1
Índice h: 1  
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Resumo

A história do urbanismo brasileiro no período do Império já evidenciou a importância da medicina como fonte das regulações na organização e no crescimento das cidades e vilas da época. No fim do século XIX e nas décadas iniciais do XX, esta proeminência ficou diluída, devido à abrangência inter-disciplinar da doutrina positiva do higienismo, que permitiu que o engenheiro sanitarista assumisse o papel de co-orientação na organização do código sanitário e a chefia da organização das comissões de saneamento nas grandes cidades. No caso de São Paulo na Primeira República, as "conversas de co-orientação" iniciaram-se no diálogo entre a medicina de Emílio Ribas e a engenharia de Theodoro Sampaio, e prolongaram-se na contraposição entre a visão higienista do médico Paula Souza no campo da saúde pública e a obra de saneamento e teoria urbana do engenheiro Saturnino de Brito. O trabalho tenta examinar três facetas deste diálogo que tiveram repercussões imediatas no urbanismo em São Paulo. Investiga como - tendo as epidemias de peste como pano de fundo - firmou-se uma parceria entre a engenharia e a medicina, inaugurada nas decisões de localização e construção dos hospitais de isolamento e que teve continuidade na elaboração e 'aperfeiçoamento' do Código Sanitário, com suas estratégias para higienizar a moradia do pobre e regularizar a construção da boa cidade. O trabalho mostra como os termos do diálogo se alteraram quando se tratou da participação dos engenheiros sanitaristas nas repartições e comissões públicas, que incluíam na época a nova Repartição de Águas e Esgotos do Governo Estadual, a Comissão de Saneamento de Santos, a Comissão Sanitária de Campinas e a Comissão de Melhoramentos no Rio Tiête, na capital. Enquanto a resposta médica via isolamento e tratamento dos atingidos pelas epidemias era forçosamente conjuntural, a prevenção por obras de saneamento pelos engenheiros obedeceu a um outro ritmo e entendimento sobre o crescimento da cidade, que tendeu a fornecer um corpo doutrinário e uma contribuição distinta, exigindo uma aproximação maior com outras teorias disciplinares do urbanismo.
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