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RIZEK, Cibele Saliba. Orçamento participativo em São Paulo a cidade como espaço público. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 8., 2004, Niterói. Anais... Niterói: ARQ.URB/UFF, 2004.
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 8 (Com arquivo PDF disponíveis: 1)
Citações: 2
Índice h: 1  
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Resumo

Essa proposta resulta de pesquisa etnográfica com os delegados e conselheiros do Orçamento Participativo em São Paulo e pretende discutir esse dispositivo participativo como possibilidade de constituição da dimensão pública da cidade a partir das novas formas de participação, leitura e percepção das suas dimensões sócio espaciais. A literatura sobre as experiências de gestão participativa - entre elas sobre o Orçamento Participativo de Porto Alegre - é bastante profícua. Entretanto, as especificidades do caso paulistano colocam um conjunto de questões que matizam o que poderia parecer evidente - a democratização da cidade e a publicização da experiência urbana. A questão mais imediata diz respeito às dimensões físicas da cidade de São Paulo, mas há outras: os perfis de delegados; as relações entre suas trajetórias e as formas de percepção e leitura da cidade; as dinâmicas de confluência e de conflito entre essas leituras; o enfrentamento cotidiano entre prioridades da população e viabilidades "técnicas". Trata-se de perceber, através das narrativas da cidade, que formas de compreensão de sua dinâmica, que dimensões se constituem para além da proposta de participação no âmbito do orçamento, buscando apreender a tensão entre a experiência e os conflitos no interior do OP como publicização da cidade, como um processo que aponta para sua constituição como comunidade política, para além das dimensões distributivas e/ou a captura do OP paulistano nas tramas de uma distribuição de recursos escassos, das relações entre executivo e legislativo, de um caráter que afirma a prioridade do processo pedagógico sobre a recomposição da cidade como espaço público e mundo comum. Trata-se de problematizar o contraponto entre uma frágil possibilidade de reinvenção da igualdade e da experiência da cidade e as dimensões da gestão das desigualdades, no registro da necessidade e da carência administradas, geridas e controladas. Essa tentativa de fazer uma história do tempo presente busca, ao apreender trajetórias, narrativas e memórias da cidade, perceber no tempo narrado a tensão permanente entre a possibilidade e a impossibilidade de constituição do espaço vivido como mundo público.
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