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Resumo:

As grandes cidades brasileiras enfrentam as conseqüências da intensa e descontrolada urbanização do país nas últimas décadas. A escassez de solo urbano, numa realidade de contrastes sociais profundos, impôs uma relação direta entre demanda habitacional e degradação ambiental. Essa questão se torna mais evidente na ocupação de encostas, cuja inadequação transformou áreas de potencial paisagístico em cenário de desastres. Desde o século XIX, se observa o acelerado crescimento urbano no Brasil, provocado principalmente pelo desenvolvimento industrial, quando as cidades se tornaram pólos de oportunidades em contraponto ao abandono do campo. No entanto o crescimento econômico não foi acompanhado de um planejamento territorial, gerando com isso uma ocupação desordenada e conduzida pelo capital. Para as classes à margem do mercado, a ocupação de áreas de baixo valor imobiliário, especialmente alagados e morros, surge como o único meio de acesso à terra. Sem respaldo financeiro ou técnico, a ocupação desses ambientes naturais frágeis foi realizada espontaneamente originando bolsões de risco inseridos na cidade formal. O poder público tardiamente reconheceu o problema e uma série de iniciativas reconfiguraram a paisagem na tentativa de reestruturação destes sítios. As intervenções habitacionais de interesse social em áreas de morro tiveram um desenvolvimento aleatório surgindo ora no formato de atendimentos pontuais, ora em empreendimentos de grande impacto ambiental. No entanto, o que se percebe é que de forma geral, estas práticas não foram capazes de conter nem o déficit habitacional e nem mesmo a degradação ambiental urbana estabelecida. Observando a crise instalada nas cidades pela urgência de soluções habitacionais, a escassez de solo urbano e o desequilíbrio ambiental, este trabalho investiga práticas urbanas com fins habitacionais em áreas de morros. Para isso, adotamos a cidade do Recife como cenário e selecionamos o Conjunto Habitacional Vila Nova Buriti, implantado numa área acidentada da cidade, como objeto de estudo. A pesquisa visa colaborar com o planejamento e a gestão de áreas de morro, acreditando na sua ocupação como solução habitacional factível uma vez planejada e sustentável.



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